2009: O ano da insustentabilidade?

2009: O ano da insustentabilidade?

Ao final de cada ano, a revista inglesa The Economist lança um número especial com previsões feitas por jornalistas, políticos e gente de negócios sobre o que acontecerá no ano que entra. Na sua 23ª edição, o ano de 2009 é pintado com cores sombrias e tons pessimistas.

Antes de passar às previsões para cada região do globo, a revista dedica espaço a temas que considera mais relevantes e abrangentes. Assim, junto com matérias sobre os desafios de Barack Obama ou sobre a duração e intensidade da crise econômica mundial, Daniel Frank, editor chefe da revista, assina um artigo a que deu o título “O Ano da Insustentabilidade“.

Depois de considerar que “sustentabilidade” foi, em 2008, o conceito da moda para os negócios em geral, o autor afirma que este ano o termo (“nunca claramente definido“) terá para a maioria das empresas apenas um significado: sustentabilidade vai querer dizer continuar de pé. E isso porque com a recessão economica e o risco de falência haverá necessáriamente corte de custos e de empregos, sendo que as despesas com iniciativas sustentáveis serão sérias candidatas ao topo da lista já que não agregam valor no curto prazo e serão difícieis de justificar ante demissões em massa. O baixo preço do petróleo também não ajudará.

No entanto, Daniel Frank, considera que seria errado as empresas concluírem que podem deixar de se preocupar com o assunto. No refluxo da crise, aquelas que provarem que as suas preocupações sustentáveis não eram apenas marketing sairão beneficiadas, já que as forças que compeliram o mercado a adotar esses comportamentos estarão presentes e farão cobranças. No ano de 2009 poderemos, portanto, assistir à separação entre joio e trigo, que tão misturados têm estado na seara da sustentabilidade.

O autor termina com uma frase que pode ser traduzida assim: “Nos últimos anos, tanto governos como empresas têm apregoado os seus compromissos com a sustentabilidade. Em 2009 veremos quão sinceros foram.”

Quem viver, verá.

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