Chuveiro híbrido: alguém já viu?

Chuveiro híbrido: alguém já viu?

O estudo Avaliação do consumo de insumos (água, energia  elétrica e gás) em chuveiro elétrico, aquecedor a gás, chuveiro híbrido solar, aquecedor solar e aquecedor de acumulação elétrico, elaborado pelo Centro Internacional de Referência em Reuso de Água (CIRRA) da Escola Politécnica (Poli) da USP, de que já falámos aqui e aqui inclui, entre os diversos tipos testados, o chuveiro híbrido solar. Este modelo, na definição dos autores do estudo, “é um aquecedor solar com um chuveiro elétrico no ponto de uso” (pag. 1, linha 16).

Um relatório preliminar do estudo, divulgado em 16/04/2009 pelo CIRRA, descreve os equipamentos testados e respetivo preço de aquisição e montagem. Já havíamos questionado aqui o método que permitiu que chuveiros de vazão diferente fossem instalados nos sistemas testados. Se um dos parâmetros do estudo era a economia de água todos os chuveiros teriam que ter uma vazão igual. De outro modo, aqueles que utilizassem uma vazão menor gastariam menos água que os outros. Foi exatamente isso que se verificou: os dois pontos de chuveiro elétrico e o ponto de “chuveiro híbrido” fizeram uso do modelo “Compacta” da Cardal, que  vazou uma média de 4lt/min. ao longo do estudo enquanto que todos os outros sistemas testados (nomeadamente o solar) utilizaram o modelo Big Ducha (!!!) da mesma marca, que vazou 8,7lt/min. É evidente então que a economia de água conseguida resulta do modelo de chuveiro utilizado e não do sistema usado para aquecer a água.

Mas voltemos à descrição dos equipamentos e respetivo preço. Os sistemas testados no estudo são, com apenas uma excepção, bem conhecidos do público consumidor e são susceptíveis de serem pesquisados e seus diversos modelos e preços comparados. A excepção é o “chuveiro híbrido” que é definido no estudo, sem maiores detalhes, como “um aquecedor solar com um chuveiro elétrico no ponto de uso“. Na descrição dos “equipamentos de aquecimento de água, chuveiros e duchas utilizados no sistema experimental” que consta do tal relatório preliminar (pag. 4, linha 1), constam os componentes de todos os sistemas testados menos um: o “chuveiro híbrido solar”. Assim sendo, cabem algumas perguntas: o “chuveiro hibrido solar” foi inventado pelos autores do estudo? Como é formado? Como funciona? Como se chegou ao seu preço (R$688,00 mais R$200,00 de instalação)? Quando é ligado, qual dos seus dois sistemas (solar ou elétrico) funciona primeiro? Como se faz a comutação entre os seus dois sistemas? Como pode um sistema que não está presente no mercado ser apresentado como uma alternativa válida para o consumidor comum?

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Comentários ( 3 )

  • Priscila

    Concordo 100% com as perguntas colocadas sobre o chuveiro hibrido. Estou com dificuldades de encontrar modelos no mercado!

  • André de Lima Inácio

    Boa noite amigos do blog, conheci agora e estou achando muito interessante. Sou Engenheiro Ambiental e recentemente entrei no ramo de aquecedores solares. Bom, quanto ao post acima, os sistemas hibrídos são os sistemas de aquecimento baseado nos projetos ASBC (Aquecimento Solar de Baixo Custo) criado pela USP. Nesses sistemas, não há Boilers e sim reservatórios isolados térmicamente para manter a temperatura alta o maior tempo possível. E o chuveiro elétrico é utilizado apenas para “temperar” a temperatura da água, que já estará previamente aquecida pela energia solar, mas com perdas, já que o reservatório não tem um sistema de aquecimento. É mais barato que os sistemas convencionais pelo fato de que, quando não há Sol, o sistema de apoio (chuveiro) esquenta só a água utilizada, enquanto os boilers convencionais esquentam o reservatório todo, o tempo todo, entendeu? Meu sistema é baseado nesse projeto, assim como a Belosol, da empresa Termosystem,que já estão há tempos no mercado. E os chuveiros mais indicados para esses sistemas hibridos são os de Multitemperaturas, para uma regulagem precisa e fina da temperatura.
    Um abraço!

  • thiago rodrigo genari

    tem um produto saindoo mercado até o final do ano !!

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