Eficiência energética no setor residencial: desafios para os setores público e privado
O Brasil vive um marco em sua história econômica que tem reflexos diretos sobre o mercado da construção civil. Nas duas últimas décadas, o País superou a hiperinflação e experimenta hoje certa estabilidade da moeda. A conjuntura econômica, a definição da Política Nacional de Habitação (PNH), que atualizou o sistema financeiro para habitação no País, e a aprovação de leis que regulamentaram o setor são algumas das razões que explicam o crescimento, nos últimos anos, da construção civil, principalmente nos segmentos voltados para a baixa renda.
O relatório “Brasil sustentável: potencialidades do mercado habitacional” (FGV et ali, 2008) projeta um significativo crescimento para o setor até 2030. O cenário mais conservador estima a produção de 37 milhões de unidades habitacionais. A figura 1, ao lado, mostra a previsão de crescimento para o setor.
Em média, a cada ano no Brasil será construído um número de domicílios equivalente a quase duas cidades do porte de Belo Horizonte, que de acordo com o Censo 2010 (IBGE, 2010) possui 846.433 domicílios particulares. Ao final do período analisado, estima-se um aumento de aproximadamente 55% no número de domicílios em relação a 2010. Esse crescimento deverá ter repercussões importantes sobre a questão energética nacional, não apenas devido à elevação do número de unidades habitacionais. De acordo com a Agência Internacional de Energia (2006), o crescimento econômico previsto para o País provocará uma significativa elevação do consumo per capita de energia no setor residencial.
Diante deste quadro, este artigo se propõe a discutir a questão da eficiência energética no setor residencial. A discussão tem como foco evidenciar alguns desafios que precisam ser superados tanto pela esfera pública como pelo setor privado e apontar algumas estratégias para transpor as barreiras técnicas e regulatórias visando à melhoria do desempenho energético das edificações. Pretende-se objetivamente chamar a atenção dos empresários da construção civil sobre o impacto que seus produtos podem ter sobre a política energética brasileira.
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