Rede Estúpida
Na rotina contemporânea existem muito poucos itens que consumimos todos dias e que deixamos para acertar no final do mês. Água encanada e eletricidade fazem parte desse seleto clube. Uma das implicações desse fato é que, relativamente a esses dois itens essenciais, não temos a menor ideia do que efetivamente estamos pagando quando o consumo de um mês inteiro de diversos aparelhos elétricos, lâmpadas, chuveiros, geladeiras, micro-ondas, etc. vem embolado em uma mesma conta. Para o cidadão comum, esta situação, de tão corriqueira, não causa espanto.
No entanto este é um cenário semelhante a passarmos todos os dias no supermercado, levar tudo o que temos vontade e no final do mês chegar a conta com o total, sem qualquer distinção entre sabão e arroz, leite e papel higienico, feijão e lâmpadas elétricas. Como reagiriamos?
É de fato inacreditável que na época que nos disponibiliza de forna tão acessível a fibra ótica, carros (e celulares!) equipados com GPS, Google Street View, etc., as concessionárias de eletricidade ainda ofereçam o mesmo serviço de há mais de 50 anos. Os mesmos postes, com o mesmo emaranhado de fios, os mesmos problemas com galhos de árvores (e vento, e chuva), os mesmos funcionários que vão medir no reloginho o consumo mensal. Tem mais: quando há uma queda de energia as concessionárias apenas tomam conhecimento do fato através dos telefonemas dos seus clientes irados e para identificar o lugar exato do problema é necessário que um funcionário da empresa saia de carro e ir procurando, ao longo de toda a extensão da linha.
Comparemos esta situação com o setor de telefonia e vejamos a evolução de um e de outro no tal espaço de 50 anos. Vivemos em um país em que os problemas do setor elétrico ainda se prendem com explosões de bueiros da Light no Rio e apagões generalizados cada vez que chove ou venta e as concessionárias, impávidos colossos, perante tal cenário, continuam deitadas eternamente em berço esplêndido. As smart grids (redes inteligentes) são uma miragem distante e representam despesa indesejada para empresas míopes e acomodadas nos seus monopólios. As redes distribuidoras aqui seguem estúpidas.
outubro 9, 2012 4:37 pm /
É revoltante pensar que as usinas produtoras de eletricidade no nosso país são financiadas com o dinheiro do contribuinte (construção e manutenção)enquanto as concessionárias distribuidoras levam a maior fatia do lucro, investem muito pouco na manutenção e modernização das redes, provocando perdas da ordem de 30% – uma das maiores do mundo. Se apenas cuidassem da manutenção, não seriam necessárias tantas novas barragens que, ao contrário do que afirmam nossos governantes, tem impacto ambiental e social devastador.
julho 17, 2013 10:55 pm /
As grandes cidades já deveriam ter todo o cabeamento subterrâneo, alem de feio existe o risco de cabos serem rompidos e caírem.
esperamos que em breve resolvam esta bagunça
setembro 2, 2013 8:58 pm /
Muitos países no mundo todo já a algum tempo usam o cabeamento subterrâneo, além dos menores riscos para a população, as cidades ganham com a beleza….
outubro 11, 2013 5:36 pm /
O cabeamento subterraneo seria a solução para uma cidade com um visual menos poluido,porém existe o risco da umidade, gases etc… um trabalho sério e cuidadosamente elaborado considerando todos os fatores de risco poderia apontar o caminho certo!
março 23, 2015 1:42 pm /
Estive passando por uma rua em Fazenda Rio Grande no sábado e um cabo arrebentado fez com que metade de um bairro ficasse sem energia elétrica!