Cuidado com o drywall chinês
A China e os Estados Unidos concordaram em ampliar esforços para aumentar a segurança do consumidor, depois de vários escândalos nos últimos anos envolvendo produtos fabricados na China considerados perigosos. O comunicado, divulgado ao final de quase uma semana de negociações entre órgãos reguladores dos dois lados, vem três semanas antes de o presidente dos EUA, Barack Obama, chegar à China para sua primeira visita oficial ao país. (…)
Os dois órgãos – a Comissão de Segurança dos Produtos ao Consumidor dos EUA e o Departamento Geral de Supervisão e Inspeção da Qualidade da China – também prometeram promover “investigações científicas e baseadas em fatos, de maneira cooperativa” sobre as importações de drywall (estrutura à base de gesso usada em paredes, tetos e revestimentos) da China.
Os consumidores norte-americanos reclamaram de problemas físicos e de danos estruturais resultantes do drywall, importado da China durante o boom imobiliário e que tornou algumas casas inabitáveis.
De fato, notícias provenientes dos Estados Unidos dão conta de centenas de processos pipocando por todo o país de compradores que tiveram que pura e simplesmente abandonar as suas casas tornadas inabitáveis por causa de drywall chinês contaminado com enxofre. Para além de danos materiais, nomeadamente corrosão de metais, inutilizando encanamentos e eletrodomésticos, os danos à saúde de seus ocupantes incluem dores de cabeças constantes e dificuldades respiratórias. Estima-se um número de até 100.000 casas construídas em steel frame que terão que ser totalmente demolidas e reconstruídas.
A construção em steel frame e drywall é uma tendência crescente no Brasil por causa da rapidez de execução, da possibilidade da contenção de custos reduzindo a quase zero os desperdícios de material e por possibilitar uma obra seca, menos agressiva ao meio ambiente. Os problemas verificados no drywall chinês não implicam, como é óbvio, na condenação do sistema, muitíssimo válido na sua essência. Existem diversas marcas multinacionais que comercializam no país um produto de ótima qualidade e que, aliás, contribuem para a muito necessária revolução conceptual na construção civil brasileira.
com informações adicionais de Treehugger e The New York Times